9:58 da manhã...
Redemoínho da Ausência
[Sinto fome, mas não tenho vontade de comer... queria outra coisa, não sei o que era, aí escrevi.]
Não sei o que eu procuro. Não sei onde procurar. Não sei onde perdi... não sei se vou achar... Não sei o cheiro, a forma, o peso, a nuance... Sei que busco... nunca agarro, sempre foje de mim... Quando acredito ter encontrado, era só um vulto, claro! Pois não sei o que eu procuro. É um enigma¹. Não sei o que encontrar, procurar, especular. Só sinto a falta... um vazio. É como se "tivessem levado a pérola... e deixado a conha vazia de mim"² | Quisera fosse tão simples, nem sei em que praia perdi. Se me virem caminhando pela rua, saibam que eu não sigo um padrão. Eu só procuro... a ausência me mantém o pé no chão. As vezes caio na penumbra, fica difícil de se levantar. Mas quando em pé, já retorno... A procurar... e procurar... Não tem saída mesmo... ou vivo procurando, na esperança de achar, aquilo que não sei o nome, mas eu perdi. Ou desisto e não vivo, temendo constatar que a vida era isso, e por fraqueza, eu não vivi. |
| Notações: |
¹- | O enigma acerca do sentido da vida (ao menos da minha). |
²- | De Fiona Apple em Sullen Girl |
2 comentários:
Quero que Lacan se foda.
Estranho pensar que sentem como eu.
Estranho não me sentir uma sozinha.
Vc sempre foi estranho e ainda é.
Mas se isso não for mais uma de suas pesquisas/estudos antropologicos/psicologicos vc parece até ... humano.
Essa ideia me conforta.
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